sexta-feira, 20 de setembro de 2013

JORGE SARAN PARTICIPOU DO BALANÇO GERAL COM OS CAMPEÕES DA BOLA, E EXPLICOU SUA SAÍDA


Quinze dias após ser demitido do cargo de treinador da Ferroviária, Jorge Saran voltou a Araraquara para resolver algumas questões particulares e aproveitou para visitar os estúdios da Rádio Cultura, onde participou da edição desta quinta-feira do programa ‘Balanço Geral’, dos Campeões da Bola. Em sua entrevista concedida aos repórteres Marcos Chiocchini e Tadeu Alves, o treinador se mostrou ainda muito chateado com a situação e não conseguiu explicar os motivos que ocasionaram sua saída em um momento em que o time estava a um ponto da classificação.

“Ainda não tenho explicação para a demissão e ainda não me recuperei do baque. Desde que aconteceu isso, não atendi mais ligação nenhuma e evito falar com as pessoas, pois fiquei muito envergonhado. Mas o tempo vai passando e aos poucos vou entendendo que são coisas do futebol”, desabafou o técnico, que reside em Catanduva.

Ele conta que a notícia de sua demissão ainda é difícil de ser digerida. “Pra mim foi doído. Não queria vir sozinho para pegar minhas coisas, por isso trouxe minha esposa, pois tinha certeza de que iria ser muito difícil pegar as coisas e ficar lembrando de tudo o que eu fiz para salvar a Ferroviária e sair da forma que eu saí”, conta.

Segundo Saran, a maior decepção causada pela demissão foi pelo fato de interromper um projeto que ele depositava muita confiança. Ele relembrou um momento de reflexão vivido no último dia 5 de setembro. “No dia em que sai daqui, me deram a notícia e fui embora. Parei em um posto de gasolina para abastecer e comprar uma água, quando um rapaz me reconheceu e queria conversar sobre a demissão, mas eu disse que não queria falar sobre aquilo. Voltei e saí o carro, mas parei em um local onde dava para ver todos os prédios de Araraquara. Sentei no capô do carro e fiquei olhando a cidade, pensando, sem entender. Mas faz parte. Um dia a gente volta”, garante.

O treinador evitou atacar a diretoria afeana, mas, segundo ele, a demissão foi inesperada por ter fugido do planejamento, que tinha como ponto principal a revelação de atletas da base, o que ele vinha conseguindo. “É difícil, não desejo para ninguém, nem mesmo para quem fez isso comigo. Em 36 anos de carreira, dos quais foram 16 como jogador e 20 como treinador, foi a única vez que saí de um clube dessa forma. Não esperava nunca, pois as coisas não foram combinadas para chegar nesse ponto. Depois que escapamos do rebaixamento, foi montado um planejamento para não gastar, justamente para depois montarmos um time forte para a Série A2. Tudo o que fiz estava combinado. Tinha certeza de que o trabalho iria dar certo”, ressalta o treinador.

Saran conta que se apoia na força da torcida para se recuperar e destacou que entre todos os clubes que trabalhou, nunca foi tão bem tratado pelos torcedores como em Araraquara. “Não sei onde errei, mas o que me deixa contente e alegre é ver que a torcida se comoveu com isso, assim como a imprensa e muitas pessoas que acompanharam meu trabalho. Recebi uma mensagem de dois torcedores da Ferroviária que para mim é a coisa mais linda do mundo. Essas coisas ajudam a curar a ferida, mas eu sei que é uma ferida que nunca vai curar totalmente”, lamenta.

O ex-técnico da Ferroviária comentou que a primeira explicação que lhe deram para sua saída foi a de que o Atlético-PR, novo parceiro da equipe grená, não havia gostado da entrevista que concedeu após o empate por 1 a 1 com o Comercial, onde dizia que tinha um elenco limitado em mãos. Segundo Saran, a notícia foi desmentida pelo próprio representante do time paranaense. “Outra explicação que surgiu depois foi a de que eu não tinha um bom relacionamento com os jogadores. Eu não entendi, pois o que eu mais sei é integrar jogadores”, afirma.

Com crédito com a torcida, Jorge Saran prefere dizer que seu sonho foi adiado e não encerrado. “Eu falei que faria a maior campanha da Copa São Paulo de Juniores e fiz. Prometi que salvaria o time do rebaixamento na A2 e cumpri. Prometi que classificaríamos na Copa Paulista com um time formado por muitos atletas da base e conseguimos. Mas não me deixaram cumprir a minha promessa de subir a Ferroviária para a primeira divisão. Sinto que tenho competência para fazer isso”, completa o treinador.

Ao final de sua participação no programa, o técnico agradeceu a todas as pessoas que o ajudaram na Ferroviária e citou nome de profissionais do time, atletas, torcedores e alguns dirigentes. Ele também revelou que tem propostas de times da Série A2, mas revelou sua maior dificuldade para aceitar as ofertas. “Não gostaria nunca de jogar contra a Ferroviária. Gosto muito daqui e me considero um cidadão de Araraquara, que para mim é uma cidade maravilhosa. Preciso pensar no que vou fazer e creio que até o dia 15 de outubro eu decidirei, pois preciso trabalhar”, concluiu Saran.

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